Conheça os 6 tipos de Renda Fixa. De título público as letras de crédito, descubra como a Renda Fixa pode fazer seu dinheiro trabalhar por você
Investir pode parecer um assunto complicado para muitos, mas é uma jornada que pode levar a uma segurança financeira sólida.
Nesse contexto, a renda fixa se destaca como uma opção atrativa para investidores iniciantes, oferecendo previsibilidade, segurança e uma variedade de opções.
Vamos explorar os 6 principais tipos de renda fixa, conhecer suas características e como funcionam.
Se você é novo no universo dos investimentos ou está buscando ampliar seu conhecimento sobre renda fixa, este guia prático é pode ser ponto de partida ideal.
Você vai ver neste artigo
O que é Renda Fixa?
Renda fixa é um tipo de investimento onde o você empresta dinheiro para um emissor, que pode ser um banco, empresa ou o próprio governo, e em troca recebe juros e correção monetária sobre o valor investido,
A taxa de rentabilidade é previamente definida no momento da contratação e os rendimentos são calculados com base em taxas pré-fixadas ou índices calculados, o que torna mais fácil a estimativa dos ganhos.
Por esse motivo, a característica principal da Renda Fixa é a previsibilidade do retorno financeiro, o que a torna uma opção mais segura e conservadora em relação a outros tipos de investimentos.
O que é Renda Variável?
Quando comparadas, a Renda Fixa é geralmente mais previsível do que a Renda Variável.
Para entender melhor a diferença entre elas suponha a seguinte situação: um investidor comprou ações de uma empresa X na bolsa de valores.
Suas expectativas são que o valor dessa ação valorize para obter lucro na venda delas mais tarde.
Nesse caso, ele estará investindo em renda variável, pois a rentabilidade está sujeita à variação do mercado e pode ser maior ou menor do que o esperado.
Já no caso de um investimento em um título do Tesouro Direto, por exemplo, a rentabilidade é mais previsível e pode ser transformada com base na taxa de juros retornada no momento da compra do título.
Os tipos de Renda Fixa
Investir em Renda Fixa é uma escolha interessante, especialmente para aqueles que estão começando no mundo dos investimentos e desejam ver seu patrimônio crescer.
A seguir, apresentaremos 05 opções de investimentos, cada uma com suas características individuais, para que você possa adequá-las às suas metas financeiras e aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pelo mercado.
1. Tesouro direto
O Tesouro Direto é uma das modalidades mais conhecidas e acessíveis de investimentos em Renda Fixa no Brasil.
Criado em 2002 pelo Tesouro Nacional em parceria com a Bolsa de Valores, a Bovespa, é uma forma de o governo federal captar recursos financeiros por meio da venda de títulos públicos, que podem ser adquiridos por qualquer pessoa física por meio de uma corretora de valores.
Os títulos públicos oferecidos pelo Tesouro Direto são considerados uma das formas mais seguras de investimento em Renda Fixa, pois têm garantia do Tesouro Nacional, que é responsável pelo pagamento dos juros e pelo valor principal do título.
Há três tipos de títulos no Tesouro Direto com diferentes prazos de vencimento e rentabilidade:
- pré-fixados: Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais;
- pós fixado: Tesouro Selic;
- híbridos atrelados a inflação: Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais
Existem taxas a serem pagas para esse tipo de investimento que variam de acordo com a instituição (banco ou corretora) que fará a intermediação, além de uma tarifa à Bolsa de Valores que é quem organiza todo o sistema do Tesouro Direto.
Antes de escolher em qual título investir é importante que você saiba qual é o seu perfil de investidor e tenha em mente seus objetivos financeiros.
Saiba mais sobre perfil investidor aqui:
2. CDBs
Se no Tesouro Direto você empresta seu dinheiro ao governo, no CDB quem emite os títulos são os bancos com o propósito de captação de recursos.
O Certificado de Depósito Bancário tem rentabilidade fixa, que pode ser pré-fixada ou pós fixada, dependendo do contrato firmado.
É considerado uma opção conservadora e conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para valores de até R$ 250.000 por instituição financeira e por CPF.
Além disso, a disponibilidade do investimento pode variar de acordo com as condições estipuladas no contrato, podendo ser diária, semestral ou sem vencimento.
O CDB pode ser uma opção interessante para quem busca diversificar a carteira de investimentos e obter uma rentabilidade superior à poupança.
3. Debêntures
As Debêntures são títulos emitidos por empresas que precisam de uma quantia em dinheiro para alguma finalidade e que ao invés de pedir empréstimo ao banco, emitem títulos de dívidas no mercado para quem quiser comprar.
Geralmente empresas lançam debêntures no mercado a fim de financiar grandes projetos e por esse motivo elas costumam ter um vencimento mais longo comparado a outras opções de Renda Fixa.
Existem diferentes tipos de debêntures no mercado atual, e são elas:
- Debêntures Conversíveis em ações
- nesse caso o dinheiro que você investiu vai ser convertido em ações da empresa emissora.
- Debênture Simples ou não conversível
- sendo o oposto da opção anterior, nesse caso quem investe receberá seu dinheiro acrescido de juros sem a possibilidade de ter qualquer valor convertido em ações.
- Debêntures permutáveis
- aqui você é quem decide receber seu investimento em ações ou ativos da empresa emissora, passando a ser um acionista da mesma.
- Debêntures incentivadas
- esse tipo de debênture serve para empresas que prestam serviços para o governo ou empresas estatais a fim de financiar serviços voltados ao desenvolvimento da infraestrutura do país e tem a vantagem de ser isenta do Imposto de Renda.
As debêntures são boas opções mais antes de comprar algum título é fundamental puxar o histórico da empresa emissora, pois esse as debêntures não estão garantidas pelo FGC.
4. LCI e LCA
LCI e LCA são modalidades de investimentos que vem ganhando cada vez mais destaque entre os investidores.
LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são títulos emitidos por bancos afim de captar recursos para financiar o setor imobiliário e agronegócio, respectivamente.
É um investimento de curto prazo e a rentabilidade pode ser prefixada. Tem isenção de imposto de renda para pessoas físicas e a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em caso de falência do banco emissor.
O rendimento costuma ser superior ao da poupança e outros investimentos em Renda Fixa com a liquidez diária. Mas em contrapartida, costumam pagar taxas menores que as taxas pagas nos CDBs.
5. CRI e CRA
As CRIs e CRAs são títulos emitidos por empresa securitizadora e os valores captados são voltados somente aos setor imobiliário e ao agronegócio.
Por serem setores importantes para o desenvolvimento do país, CRIs e CRAs são isentos de tributos como o Imposto de Renda e costumam ter uma taxa de rentabilidade alta.
São investimentos de médio e longo prazo onde você só poderá reaver o seu dinheiro no final do contrato.
Assim como nas debêntures, os CRIs e CRAs não são cobertos pelo FGC, por isso é preciso analisar com calma todas as características do investimento para entender se esse é ou não uma alternativa condizente com os seus objetivos financeiros.
6. Poupança
A poupança é um dos produtos financeiros mais populares e tradicionais, amplamente utilizado por pessoas que buscam uma opção simples e segura para guardar seu dinheiro e sim, a poupança é considerada um investimento em Renda Fixa.
A remuneração da poupança segue o seguinte crítério, conforme publicado no site do Banco Central:
De acordo com a legislação atual (*), a remuneração dos depósitos de poupança é composta de duas parcelas:
- a remuneração básica, dada pela Taxa Referencial – TR, e
- a remuneração adicional, correspondente a:
Fonte: Remuneração dos Depósitos de Poupança/site do Banco Central do Brasil
- 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a 8,5%; ou
- 70% da meta da taxa Selic ao ano, mensalizada, vigente na data de início do período de rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for igual ou inferior a 8,5%.
A grande vantagem da poupança é a facilidade de acesso à liquidez imediata, ou seja, pode sacar todo ou parte do seu dinheiro a qualquer momento sem perda de rendimento.
Poupança é um bom investimento?
Apesar de oferecer segurança e liquidez, a poupança tem sido criticada por sua baixa rentabilidade, especialmente em períodos de juros baixos, ficando abaixo da inflação e afetando diretamente o poder de compra ao longo do tempo.
Portanto, se o objetivo é fazer o dinheiro trabalhar pra você, é recomendado considerar outras opções de investimento em Renda Fixa ou até mesmo explorar outras classes de ativos, como ações, fundos imobiliários por exemplo.
E se mesmo assim você decidir que quer manter seu dinheiro parado numa caderneta de poupança, basta você escolher um banco da sua preferência e solicitar a abertura de uma conta poupança.
Quanto eu vou pagar de imposto?
Se você optar por investir em LCI, LCA ou deixar o dinheiro na poupança estará isento de pagar Imposto de Renda.
Para as demais modalidades a alíquota mais alta é de 22,5% aplicada em investimentos com o prazo menor que seis meses e aplicações acima dos seis meses a um ano a alíquota é de 20%.
Para investimentos de um a dois anos a alíquota cai para 17,5% e a menor alíquota é para aplicações com prazo acima dos dois anos, 15%.
Se você resgatar algum valor nos primeiros 30 dias será cobrado o IOF que é o Imposto sobre Operações Financeiras.
Somente para investimentos em Tesouro Direto é cobrado uma taxa de custódia, a CBLC que é pago a bolsa de valores que é de 0,3% sobre o valor total investido.
Apesar das tributações, vale a pena investir em Renda Fixa?
Sim, apesar das taxas e tributações, investir em Renda Fixa é ser uma boa alternativa para quem busca uma opção mais estável.
É importante lembrar que cada investimento possui suas próprias características e riscos, e que é necessário avaliar cuidadosamente cada opção antes de tomar uma decisão de investimento.
Apesar da poupança ser uma opção de investimento, se pensarmos nela como um meio de fazer o seu dinheiro aumentar, ela não é a melhor opção por sua baixa rentabilidade dos últimos anos.
O recomendável é que sempre se faça uma análise de seus objetivos, perfil de risco e prazo de investimento e assim identificar a aplicação que melhor se adequa às suas necessidades.
FGC – Fundo Garantidor de Crédito
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) é uma entidade privada sem fins lucrativos que tem como objetivo garantir aos investidores a segurança de seus investimentos em caso de falência ou insolvência da instituição financeira em que investiram.
O funcionamento do FGC é simples: quando uma instituição financeira está autorizada a receber recursos de pessoas físicas e jurídicas, ela precisa se associar ao FGC e contribuir com um valor que será utilizado para proteger os investimentos de seus clientes.
Caso a instituição financeira venha a falência, o FGC garante o pagamento de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ investidor, por instituição financeira.
É importante ressaltar que nem todos os tipos de investimentos estão cobertos pelo FGC, como é o caso das Debentures e para essas situações é recomendado consultar o rating das empresas emissoras dos títulos.
Rating
O Rating é uma avaliação de risco feita por agências especializadas em análise de crédito, como a S&P, a Moody’s e a Fitch.
A avaliação baseia-se em diversos fatores como a saúde financeira da empresa ou do país que está emitindo o título de dívida, a capacidade de pagamento dos juros entre outros.
Além disso, ele também é utilizado por diversas instituições financeiras para estabelecer limites de crédito e precificar os títulos de dívida.
Os notas são expressas em letras, sendo que as letras mais altas indicam menor risco de crédito. Por exemplo, as agências de Rating utilizam a letra AAA para indicar a mais alta qualidade de crédito, enquanto que as letras mais baixas, como C ou D, indicam que o risco de crédito é alto.
Os investidores podem e devem utilizar o Rating como uma ferramenta para avaliar o risco de um determinado título de dívida antes de investir nele.
Conclusão
Como vimos, a Renda fixa é um aplicação onde se “empresta dinheiro” à um emissor de títulos, que pode ser um banco, governo ou empresa, e em troca recebe juros e correção monetária sobre o valor investido, com uma taxa de rentabilidade previamente definida no momento da contratação do investimento.
Podemos afirmar que essa modalidade de investimento é uma opção interessante para investidores que buscam segurança e previsibilidade em seus investimentos.
É uma opção acessível, com investimentos mínimos que variam de acordo com o produto escolhido, e também oferece uma boa diversificação de opções, permitindo que o futuro investidor escolha a melhor opção para seus objetivos e perfil de investimento.